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  • Foto do escritorCarolina Mancini

Somos todos filhos do tempo

Atualizado: 17 de jul. de 2020

É isso. E não dá para fugir. Quanto mais negamos o passado, ele não apenas nos assola como um fantasma, como também nos faz cair e tropeçar nos ciclos construídos por sua presença etérea. Mas há um outro passado, esse tão caro a ser o que somos, humanos, que ao nega-lo perdemos nossas referências do que somos e de onde podemos ir.

É pela falta de consciência dos nossos valores ancestrais, que tão severamente sofreram tentativas de apagamentos, que hoje a violência impera. Somos, ainda, violentados, massacrados por não ter acesso a nossa memória, às histórias de luta e resistência, e essa tentativa de nos esvaziar da nossa memória coletiva nos coloca à deriva de entender quem somos, de nos ver pertencentes. Os lugares públicos renegam os trabalhadores, escravizados ou não, que os construíram; os saberes ancestrais são tidos por desvarios, sem que nos fosse dada a chance de escolher quais saberes cultivar. Nos negaram nossas crenças, nossa espiritualidade, e hoje, filhos de uma história não contada, estamos órfãos de sensibilidade, tamanho o massacre aos nossos antecessores.

Precisamos recuperar as memórias, seja através dos livros, das canções dos mais velhos e tardes de escuta. Seja através das fotos, das pesquisas e da arte, pois sem memória, nós que somos filhos do tempo continuaremos correndo em busca de preencher no hoje, esse esvaziamento de quem fomos e dos vazios de utopias.

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