Lá em 2018 eu participei com o lançamento de Nihil na Casa Fantástica Flip, organizada pela Pricilla Lhacer, em Paraty. Foi incrível e marcante ficar imersa com outros escritores de fantasia por tantos dias, absorvento conhecimento e compartilhando. Foram risadas, sorrisos e fotos. Em 2019, voltei, dessa vez convidada para um bate-papo sobre horror, e para dar uma mão na mesa de vendas da Luva Editora. A casa estava em um lugar maior, e a troca nos levou até leitores, mais escritores e aprendizado. E o que nos esperava em 2020?
Qual não foi minha alegria ao ser convidada pela Pricilla a formar o time que viria a criar a Casa Fantástica no Youtube, sim, por conta da pandemia e o cancelamento dos eventos, a escolha pela plataforma nos trouxe muitas gratas surpresas.
Depois do susto e da alegria de estar nos bastidores desse evento junto com Diego Guerra e Lígia Colares (talentosos e muito competentes), criamos as mesas, chamamos os convidados e ainda pude mediar um bate-papo sobre Descolonizar a Literatura, que estava gritando em mim por acontecer.
Sem dúvida, aí aconteceu uma das mais lindas experiências de 2020, não é atoa que ressuscito o poema que fiz lá em 2018, agora, grata e emocionada por fazer parte disso tudo, dessa história, e ter contribuído.
Resistimos e sempre vamos resistir.
Para acessar as mesas da Casa Fantástica 2020, acesse: youtube/casafantastica
Lá, em casa fantástica de 2018
Coração faminto,
ativo que dói de alegria,
pois não se basta e que bom!
Há mil perguntas para responder.
DE ONDE VIEMOS? PARA ONDE VAMOS?
E nesse abrir de asas nos escutamos
na certeza da confluência
de pertencer a uma causa ou Casa,
a um coletivo que vibra,
e a um meio que fortalece.
INDEPENDENTES!
LIMITES E POSSIBILIDADES encaramos
nessa jornada e assim, de ânimos
refeitos e refrescados por trabalhos e conversas
– diversas e empoderadas – esse sopro de vida transita,
de cá para lá, de um para o outro, ao pé do ouvido.
PARA ALÉM DA MURALHA, OS SEGREDOS
se desanuviam,
na urgência de um caminho que é sonho
e trabalho que se ascende
(muito trabalho!) e transcende.
Claro, há DISTOPIAS alarmantes,
mas que no encontro improvável
dessa HISTÓRIA ALTERNATIVA que escrevemos,
nos achamos.
Nos achamos nessa peripécia FANTÁSTICA À BRASILEIRA,
de risada, leveza e abraços, bem cheia.
Há quem diga que sentir assim, é fantasia.
E deve mesmo ser. A mais bela. A nossa!
Pois bem. E que o canto ressurja sempre,
alimentado por essa acolhida
nos inspirando a criar
as SAGAS E TRILOGIAS de boa ventura e ternura,
onde a ficção mais fantástica, foi vivida.
Ainda escuto nosso versos que vêm e se acertam,
e se erram com graça
sobre as ruas de pedras escorregadias,
ecoando nossa REPRESENTATIVIDADE E VOZ
onde chegar parecia ser impossível,
até nascer o coletivo.
Mas é assim nossa arte. Pisar em falso faz parte
do processo.
Mas acaba.
Acaba?
Veio outra noite e outro dia.
É tempo de deixar a cidade à beira mar,
mas com fôlego.
Sim, ficou o coração tranquilo e também tristonho
ansiando no querer mais.
Bem como ir do CONTO AO LIVRO,
dos lampejos aos desejos,
das angústias ao alívio,
reafirmo o ponto:
De fato, essa é A JORNADA DE MIL HERÓIS, mas jamais, solitários.
Em agradecimento à Pricilla Lacher e aos queridos parceiros de sonhos e escrita.
A Casa Fantástica foi primeira casa dedicada à fantasia e ficção científica a ocorrer durante a Flip, reunindo autores, editores e leitores do gênero em debates, feira de livros, festas temáticas e bate-papos.
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